A palavra conversão aparece por cerca de quarenta vezes no original e significa não mais do que um “retorno”, “mudança de rumo” e exige um duplo tratamento:
a) Implicações físicas – É necessário na vida do ser humano uma mudança de direcionamento em seus atos, atitudes e como pessoa: caráter, conduta, maneira de falar, de se relacionar com os outros.
b) Implicações espirituais – Para que o homem chegue à rendição aos pés do Senhor Jesus, é necessária esta mudança de rumo em sua vida, é necessário que haja uma conversão e essa é concretizada, quando há uma mudança de mente. Diz-nos a Palavra de Deus que todos os homens estão destinados à morte, destino este estabelecido para aqueles que nunca tiveram um encontro genuíno com Jesus Cristo e que se encontram longe de Deus:
“Porque todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”. (Romanos 3:23)
“Porque o salário do pecado é a morte …” (Romanos 6:23)
Pois bem, para que o homem chegue a posição de um “ser salvo” em Cristo Jesus e não passe a eternidade no inferno, junto com o diabo, seus anjos e todos aqueles que não se renderam aos pés do Messias, é preciso conhecer o plano de salvação.
É preciso conhecer o Plano de Salvação
A Bíblia diz que é necessário conhecer a Verdade para que sejamos libertos. Em João 14:6, Jesus diz ser a Verdade que leva o homem ao Pai e como vimos anteriormente, o Espírito Santo é conhecido também como o Espírito da Verdade. O mundo precisa entender que é necessário se “converter” do seu caminho e voltar para Deus, para ser salvo.
A Atuação do Espírito Santo
O Senhor Jesus Cristo inicia mais um ensinamento aos seus discípulos, agora com relação à obra plena do Espírito Santo. “E quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. (João 16:8)
O versículo acima fala-nos do “Espírito Santo”, quanto ao convencimento do mundo e quanto a sua ação em relação a ele.
Identifiquemos Sua atuação, na humanidade, quanto ao convencimento. Ele desejava:
a) Reverter o julgamento errôneo contra Jesus quando os judeus o crucificaram
b) Mostrar aos judeus que o que eles reinvidicaram com base na sua justiça, alicerçado sobre a conformação a um código de Leis, não poderia suportar o escrutínio divino
c) Ensinar-lhes que a incredulidade, cegueira à verdade, orgulho espiritual e os preconceitos tinham levado os judeus a rejeitarem o Messias
. Em primeiro lugar, iremos dissertar sobre o convencer o mundo do pecado.
Segundo a definição de Chafer: “o pecado é aquilo que prova dessemelhança do caráter de Deus. Três teorias deveriam ser observadas como inadequadas porque elas definem o mal como não mais do que: a) uma violação da Lei divina; b) finitude; c) egoísmo”.
O Espírito Santo veio fazer-se consciência do mundo. Ele veio para mostrar o tremendo pecado de rejeição do Messias pelos judeus, mas também pelas pessoas que hoje habitam nesta terra. O homem tem a tendência natural ao pecado e nem um sequer está isento dele, pois somos assim concebidos (Salmos 51:1). Aqui temos em foco o pecado da incredulidade. As pessoas têm sido cegadas pelo Diabo (2 Corintios 4:3-4), e estas não conseguem ver o ato de Cristo na cruz do Calvário.
Neste momento, o Espírito Santo age, trazendo à consciência do homem a necessidade de “conversão”. Ele opera em nossas mentes para convencer-nos do pecado e para fazer-nos mudar de direção.
“Pecar é perder o alvo da vida, é a ação desordenada de poderes que perderam contato com o princípio controlador”.
O Pecado trouxe como consequência à morte física, mas principalmente a morte espiritual. Deus não deseja isto para a obra prima de Sua criação, e tenho certeza que Ele fará o impossível para que isto não aconteça. Ele fará de tudo para que sejamos convencidos de nosso pecado, para que creiamos em Jesus Cristo, em Deus Pai e no Espírito Santo e sejamos salvos.
. Em segundo lugar, iremos dissertar sobre a obra do Espírito Santo em convencer o mundo da justiça.
Justiça, segundo Chafer: “Refere-se a uma virtude que sem dúvida tem sua única manifestação perfeita em Deus, embora Ele purifique o pecador e o perdoe”.
O Espírito Santo iria tornar-se o mestre que ensinaria toda a verdade sobre Jesus. Que o Cristo não estaria mais entre os homens, em corpo, não mais podendo servir de exemplo ante os olhos dos homens.
Com relação a isto, podemos ver a justiça sobre algumas ópticas:
a) O fato de Cristo ressuscitar e subir aos céus é prova de que Deus o favorecia, pois era Ele reto, justo e irrepreensível.
b) Aponta que nós, a Noiva. Justificados, também um dia iremos para habitar com o Pai.
c) Devemos tomar o Seu exemplo de vida e conduta como o alvo a ser atingido
d) Justiça esta que o homem, mesmo com as boas obras, não poderia cumprir, pois só Jesus preenche os requisitos necessários para tanto.
. Em terceiro lugar, o Espírito Santo quer convencer o mundo do juízo de Deus:
Juízo? – Um senso moral correto exige que os atos humanos sejam recompensados ou punidos, segundo forem, respectivamente, bons e maus, visto que o homem é responsável diante de Deus por todos os seus atos.
Olhando para o texto, entendamos duas coisas:
a) Nos dizeres de Wilbert F. Howard: “O Espírito Santo, haveria de convencer o mundo do julgamento, mostrando que os dominadores invisíveis deste mundo pervertido se excederam ao crucificar o próprio Senhor da glória”.[1]
O Diabo e seus anjos já estão julgados e o destino deles é o inferno. Aderir a eles seria almejar o mesmo destino. Satanás já sabe do seu destino e fará de tudo para que leve mais pessoas com ele. (João 16:11, Colossenses 2:14-15)
b) Por esse julgamento, todo homem passará, tanto os que aceitaram a Cristo, como os que não aceitaram. Para uns, será alegria e salvação eterna; para outros, sofrimento, dor e morte eterna.
Vamos entender com maior profundidade o que significa a palavra “convencer”.
a) Conforme definição no capítulo dois, o Espírito Santo veio fazer-se à consciência do mundo, tentando levá-lo ao conhecimento da vontade de Deus.
b) Traz a ideia de reprovar a maldade do homem e levá-lo à conversão.
c) Argumentar, como um advogado, sobre um caso, conduzindo-os ao correto conhecimento da verdadeira natureza do pecado, justiça e juízo.
O Espírito Santo quer realizar essa obra de convencimento em nossas vidas e no mundo. Se aceitarmos esse convencimento, haverá um nível de “conversão”, como jamais vimos.
Porém, em determinados momentos, a obra do Espírito Santo de convencimento pode esbarrar em algo chamado livre-arbítrio, vontade própria ou querer do homem. Este é o momento em que o Espírito respeita no nosso “querer e vontade” e espera de nós, uma tomada de decisão.
Ele é “gentil”. Ele não arromba a porta dos nossos corações. Respeita as nossas vontades e nossos desejos. Pede licença (Hebreus 3:7-8; Apocalipse 3:20) e espera que permitamos que entre em nossas vidas e ali possa ser o nosso Salvador e Senhor.