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Eclesiastes

Este livro representa um tipo pessimista de literatura de sabedoria oriental, que mistura declarações otimistas que sugerem que um segundo autor pudesse ter estado envolvido, ou que um compilador misturou os sentimentos expressos por dois autores diferentes.

O título no hebraico “qoheleth” significa “pregador ou orador da assembléia”, foi traduzido por “ecclesiastes” no grego pela Septuaginta, de onde deriva o título em português.

Autor e Data: Nenhum período nem nome de autor é mencionado neste livro, mas vários trechos levam fortemente a crer que o rei Salomão seja o autor (1:1, 12, 16; 2:4-9; 7:26-29). Não obstante, o título do escritor, seu estilo incomparável no original e sua atitude para com os governantes, talvez possa indicar outra pessoa em um período posterior. Com relação à data, se partirmos do pressuposto de que os argumentos em favor de Salomão com autor são fortes, então teremos de pensar que a data de sua composição gira em torno da época de Salomão, cerca de 990 a.C.

Propósito: O autor, com seus dias já vividos em boa parte, avalia o mundo da forma que o experimentou entre os horizontes do nascimento e da morte, sendo esta um horizonte que o homem não pode ultrapassar. O mundo é considerado cheio de enigmas, sendo o maior deles o próprio homem.

À medida que o autor olha em torno de si e examina os empreendimentos humanos, vê o homem numa corrida desenfreada atrás de uma coisa após outra, labutando como se conseguisse dominar o mundo, desvendar sés segredos, mudas suas estruturas fundamentais, romper os grilhões das limitações humanas e ser o senhor de seu destino. Vê o homem correndo, em vão, atrás das esperanças e das expectativas, o que, na realidade, é inútil, pois está correndo atrás do vento (1:14; 2:11,17,26; 4:4,16). Mas a fé lhe ensina que Deus ordenou todas as coisas segundo os seus desígnios e o papel do homem é aceitar como determinações divinas esses propósitos, no que se incluem suas limitações. O homem, portanto, deve exercer paciência e desfrutar a vida como Deus a deu. Deve conhecer suas limitações e não se incomodar com expectativas irreais. Deve ser prudente em todas as coisas, viver com cuidado diante de Deus e do rei e, acima de tudo, temer a Deus e guardar seus mandamentos (12:13).

Esboço: Este livro pode ser dividido em:

. É inútil trabalhar para acumular bens (1:1-11)

. Primeira parte do discurso: enigmas e discursos (1:12-11:6)

. Segunda parte do discurso: viver a juventude, sem nos esquecermos que na morte haverá o julgamento do Senhor (11:7-12:7)

. Conclusão: é preciso confiar e obedecer a Deus (12:9-14)

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