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I e II Crônicas

No cânon judaico se constituem apenas um livro denominado Palavras (ou atas) dos Dias, isto é, atas dos eventos, listas de nomes, etc. Na LXX (tradução para o grego) dividem-se em dois livros intitulados “Paraleipomena”, isto é, “aquilo que se omitiu ou que se passou por cima”. Desde o tempo de Jerônimo, usa-se o título latino “Chronica”, do qual temos “Crônicas”. O tom sacerdotal do escritor e a sua preocupação com o destino da casa de Davi e do reino de Judá são característicos salientes da obra que anda paralelamente com a história mais antiga (Livros de Samuel e Reis) e deriva-se principalmente das mesmas fontes.

O título hebraico “divre hayyamim” pode ser traduzido por “acontecimentos dos dias” (ou anos).

Esboço de I Crônicas:

. As genealogias das doze tribos (1-9).

. O reino de Davi (10-29)

Esboço de II Crônicas:

. O reino de Salomão (1-9)

. A história dos reis de Judá desde Salomão até a destruição de Jerusalém (10-36).

Autor e Data:

Segundo a tradição judaica, Esdras escreveu os Livros de Crônicas, Esdras e Neemias, mas isso não pode ser confirmado com exatidão. Um consenso cada vez mais situa Crônicas na segunda metade do séc. V a.C. e, portanto, possivelmente dentro do período da vida de Esdras. É precisão entender que se não foi ele mesmo, certamente era alguém que possuía os mesmos interesses que ele possuía.

Cerca da metade do conteúdo da oba foi tirada de Samuel e Reis, também aproveitou material do Pentateuco, de Juízes, de Rute, Salmos, de Isaias, de Jeremias, de Lamentações. Na realidade, era alguém influente, que conhecia os escritos e que não inventou material, mas selecionou, dispôs em ordem e incorporou fontes documentárias a fim de compor um documento em forma narrativa para o Israel pós-exílico, que lutava para descobrir novas orientações para si, como povo de Deus, em uma nova situação.

Propósito do Livro:

Assim, como os autores de Samuel e de Reis tinham organizado e interpretado os dados da história de Israel para tratar das necessidades da comunidade exilada, o cronista escreveu para a comunidade restaurada. Que ligação há entre o Israel antigo e o novo Israel? Vários elementos entram na resposta do cronista:

. O vínculo com o passado é demonstrado pelo templo de Jerusalém, reedificado pela influência soberano do Senhor sobre um decreto imperial (II Crônicas 36:22-23), para uma geração que não tinha condição política independente, nem rei davídico. Por isso se detém em grande parte para preparar o povo para a construção do templo.

. O legado de após a construção do Templo e o culto contínuo, haveria a presença de Deus constante e retomada a condição de não eleita.

.  Fala da Lei e dos profetas, algo importante para o contínuo relacionamento entre Israel e o Senhor.

. Aponta para a conseqüência do não obedecimento da Lei.

. Manter a esperança de Israel no Messias prometido. No filho de Davi, através da aliança davídica e palavras proféticas.

. São 165 discursos que trazem ensinamentos e expressam a preocupação com o povo eleito para que não se desviasse novamente dos caminhos do Senhor.

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