I e II Reis

Estes livros contam a história do povo escolhido, a partir da morte de Davi em 1015 a.C. até o cativeiro Babilônico. Essa história se divide em três partes: o reino unido sob o governo de Salomão; os dois reinos, de Israel ou as dez tribos do Norte e o de Judá, ou do Seul, isto é, desde a divisão da nação até a destruição do Reino do Norte pelos assírios; e o Reino do Sul, até a sua destruição pelos babilônios em 605 a.C.

Esboço de I Reis:

. O reino de Salomão (1 a 11)

. O reino dividido, ou o reino de Israel e o de Judá, até a morte de Acabe, de Israel e a de Jeosafá de Judá.  (12 a 22)

Esboço de II Reis:

. O reino dividido, isto é, o de Israel e de Judá, a partir de Acabe e Jeosafá até a destruição do Reino de Israel em 722 a.C. (1 a 17)

Na verdade, segundo a tradição hebraica, eles formam um único livro (Reis), sendo que fora dividida pelos tradutores da Septuaginta e depois seguida na Vulgata latina e pela maioria das versões atuais.

Autor e Data – Há poucas evidências conclusivas quanto à identidade do autor deste livros, embora a tradição judaica credite a autoria a Jeremias, poucos hoje aceitam como provável. Seja quem for o autor, fica claro que tinha familiaridade com o Livro de Deuteronômio – da mesma forma, aliás, que muitos dos profetas de Israel. Fica claro, também, que usou uma variedade de fontes documentárias para compilar sua história da monarquia. Três dessas fontes são chamadas:

. Registros históricos de Salomão (11:41).

. Registros históricos dos reis de Israel (14:19).

. Registros históricos dos reis de Judá (14:29).

É possível, porém, que houve outras fontes documentárias que não se encontram impressas.

Alguns estudiosos situam a data de composição destes livros no período subseqüente a soltura de Joaquim da prisão (562 a.C. – II Reis 25:27-30) e antes do fim do exílio babilônico em 538. Essa posição é questionada por outros, tendo por base algumas declarações que falam de certas coisas no período pré-exílico que, segundo se diz, continuam existindo “até o dia de hoje”. Se este argumento for aceito, devemos concluir que o livro original foi composto aproximadamente na data da morte de Josias e o material sobre o período subseqüente ao seu reinado foi acrescentado durante o exílio.

Conteúdo – Os livros de Reis registram a história da monarquia de Israel desde os últimos dias do reinado de Davi até a data do exílio babilônico. Depois de um amplo relato sobre o reinado de Salomão, a narrativa registra a divisão do reino e depois, por meio de relatos sincrônicos, apresenta um quadro inter-relacionado dos acontecimentos dentro dos dois reinos. A monarquia do Reino do Norte foi atormentada pela instabilidade e pela violência. Vinte governantes representam nove dinastias diferentes durante os aproximadamente 210 anos entre a divisão do reino em 930 a.C. e a queda de Samária em 722-721. No Reino do Sul também houve 20 governantes, mas todos descendentes de Davi (excetua-se Atália, cuja usurpação do trono interrompeu há seqüência alguns anos) e abrangeu um período de cerca de 345 anos, desde a divisão do reino até a queda de Jerusalém, em 586.