O PENTATÊUCO
Os primeiros cinco livros da Bíblia. Na língua grega “penta” significa “cinco” e “teuco” significa “livro”.
Fala do período de tempo:
. Da Criação até Josué; ou do Jardim do Éden até a Entrada na terra prometida do povo de Deus (desta banda do Jordão, Josué 1:14), 4000 – 1460 a. C.
. Criação a Abraão 4000 – 2000 a. C. (Gênesis 1-11).
. Abraão a Moisés 2000 – 1500 a. C. (Gênesis 12-50).
. O Êxodo (a saída do Egito) 1500 – 1460 (Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
. A Autoria do Pentatêuco. Os Hebreus não eram analfabetos (como muitos dizem), mas educados, de letras e com capacidade de escrever e ler bem. Moisés estudou nas escolas do Faraó do Egito. O Pentatêuco é reconhecido pelos Judeus de todo o tempo como escrito por Moisés (Marcos 12:19). Jesus aceitou que Moisés era o autor do Pentatêuco (Marcos 12:26. João 1:17 e 45).
GÊNESIS
O Gênesis narra as primeiras origens do mundo, do gênero humano, do povo hebreu, tudo relacionado com Deus, com sua revelação, com seu culto. Deus cria o universo, revela-se aos primeiros homens, Deus escolhe uma família (Abraão e sua descendência), para no seio dela conservar e desenvolver os germes da primitiva revelação e a verdadeira religião, no intuito de preparar a solene revelação do Sinai, narrada no Êxodo.
A criação do céu e da terra (1:1-2:3) é como que o prólogo do grandioso drama, que se divide em duas partes, e tem por protagonistas os cinco grandes patriarcas: Adão e Noé, patriarcas do gênero humano; Abraão, Isaac e Jacó, patriarcas do povo hebreu.
O todo é enquadrado pelo autor sagrado em dez tábuas genealógicas (2:4, 5:1, 6:9, 10:1, 11:10, 11:27, 25:12, 25:19, 36:1, 37:2) dispostas de tal modo que, após ter registrado os ramos secundários da propagação humana, volta a narrar difusamente os destinos do ramo patriarcal, isto é, da descendência eleita, portadora da revelação divina e da verdadeira religião.
O Gênesis abrange na sua narração uma longa série de séculos, e colocando (no tronco principal das suas genealogias) ao lado dos nomes também números de anos, forneceria os elementos de uma cronologia. Infelizmente as cifras não parecem bem conservadas, porque nos números dos capítulos 5 e 11 os três textos independentes: o hebraico, o samaritano e o grego divergem entre si. Baseando-se sobre o seu texto, os gregos do império bizantino colocavam a criação do homem 5508 anos a.C. Os hebreus ainda usam uma era que no mesmo período conta 3760 anos. As ciências antropológicas exigem um tempo assaz maior para a existência do homem sobre a terra. A Bíblia não é contrária a resultados certos de tais ciências, também porque as listas genealógicas do Gênesis poderiam ser incompletas, ou seja, com omissões de elos intermediários.
Do nascimento de Abraão à descida dos israelitas ao Egito – 290 anos (Gênesis 21:5 + 25:26 + 47:28), a cronologia respectiva é mais ou menos certa. Para a cronologia absoluta (baseada na era vulgar) ter-se-ia um ponto fixo no sincronismo de Abraão com Hamurabi, o célebre rei da Babilônia, cujo famoso código de leis foi descoberto em 1902. A identificação, porém, de Amrafel, rei de Senaar (Gênesis 14:1), com Hamurabi da Babilônia, é hoje mais do que duvidosa; tampouco a data do reinado deste último está definitivamente fixada; atualmente tende-se a colocar-lhe o início por volta de 1728 a.C. Tomando como ponto de partida a data em que os israelitas saíram do Egito sob o faraó Menefta pelo ano de 1200 a.C., e remontando o curso dos séculos com os dados da própria Bíblia (Êxodo 12:40 e passagens acima citadas), Abraão teria nascido por volta de 1900 a.C., mas não é certo qual seja o faraó do Êxodo.
Muitas páginas do Gênesis têm correspondência nos monumentos babilônicos e egípcios: nos primeiros, a história primitiva, isto é, os primeiros 11 capítulos; nos egípcios, o resto, especialmente a história de José (37-50). Com os dois primeiros capítulos (a criação) têm algo de semelhante vários poemas babilônicos entre si discordantes e que são uma, fantasiosa mitologia de crasso politeísmo; quão mais sublime pela nobreza de pensamento é a prosa simples da Bíblia! Também a tradição babilônica conhece dez reis, como Gênesis 5, dez patriarcas, de vida longuíssima antes do dilúvio. Este cataclisma foi narrado em muitas lendas babilônicas, uma das quais foi inserida no romanesco poema “Gilgames”, assim chamado por causa do herói protagonista. Os pontos de contato com a narração bíblica (Gênesis 7:8) são numerosos e típicos. A narração da torre de Babel (Gênesis 11:1-9) é toda tecida de elementos babilônicos; mas um paralelo exato não foi ainda encontrado na literatura cuneiforme. Nada ainda se encontrou nessa literatura de verdadeiramente análogo à narração do paraíso terrestre e da queda do homem (Gênesis 3).
Nos monumentos, egípcios temos representadas muitas cenas semelhantes às narradas no Gênesis 12:37-50.