Autor – Miquéias foi contemporâneo de Isaías, no século VIII a.C. Ambos concentraram seu ministério no Reino do Sul, Judá, incluindo Samaria (Israel) e “as nações” no objetivo das suas profecias. Durante alguns anos, no começo da sua carreira, Miquéias foi, também, contemporâneo de Oséias, um profeta que morava no Reino do Norte. Miquéias viveu numa cidade localizada a cerca de 32 km a sudoeste de Jerusalém e profetizou principalmente naquela região.
O Nome de Miquéias pressupõe uma semelhança com o Senhor: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti”. Miquéias era tão sincero e completamente comprometido, que ele até quis ir despojado e nu pra fazer com que sua mensagem fosse compreendida (1:8). A profecia de Miquéias produziu um impacto que se estendeu muito além do seu ministério local. Um século depois, sua profecia foi lembrada e citada (Jeremias 26:17-19), e acontecimentos ocorridos sete séculos mais tarde atestam a autenticidade da profecia de Miquéias (Mateus 2:1-6; João 7:41-43).
Data (704 a 696 a.C.) – Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração (1:1), durante os reinados dos reis do Sul, Jotão (740-731 a.C.), Acaz (731-716 a.C.), e Ezequias (716-686 a.C.). Visto que ele morreu durante a administração de Ezequias e antes da era que coincide em parte com Manassés (696-642 a.C.), uma data entre 704 e 696 a.C. parece ser provável.
Conteúdo – O Livro de Miquéias é uma profecia acerca do Senhor, que não tem concorrentes no perdão dos pecados e na compaixão pelos pecadores. Sua fidelidade compassiva mantém um concerto com Abraão e seus descendentes. A “excelência do nome do Senhor” (5:4) está caracterizada, bem como a face do Senhor (3:4), seu louvor (2:9), seus caminhos (4:2), seus pensamentos (4:12), sua força (5:4), suas justiças (6:5; 7:9) e sua conseqüente ira (7:9) e furor (5:15; 7:18) contra todas as formas de rebelião moral.
Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua santidade, para ser testemunha contra o povo (1:2). O fator mais notável no manejo do Senhor da sua causa é quão fundo ele foi para apresentar sua contenda (6:2), até mesmo desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu povo levar qualquer queixa quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6:3). Além disso, aquele que verdadeiramente se arrepende terá o Senhor como seu advogado de defesa (7:9).
Miquéias tinha de censurar a liderança da nação por destruir o rebanho que lhes foi confiado. Entretanto, a grande compaixão de Deus colore cada uma das suas atitudes e ações em relação ao seu povo, representando-o como uma filha extraviada (1:13; 4:8,10,13), pois sua compaixão, que, uma vez, redimiu a Israel do Egito (6:4), irá também redimir Judá da Babilônia (4:10).